Ouço-vos a falar, mas os meus ouvidos estão fechados.
Os quatro elementos naturais, ÁGUA, AR, FOGO, TERRA, são o fulcro em torno do qual se desenrola a história que culmina na morte de quatro personagens. São destinos de indivíduos sufocados pelos tormentos da vida, sem conseguirem vislumbrar uma saída que não passe pelo suicídio. Este projeto de ficção, destacando-se pela extraordinária interpretação do meu querido amigo e ator João de Brito, propõe-se a ser uma obra imersiva, onde o ator mergulha no imaginário autodestrutivo dos diversos personagens que representa.
Os textos magistralmente concebidos por Salvador Santos transcenderam a mera ficção, encontrando alicerces sólidos na realidade intrínseca dos factos verídicos. Entre esses eventos ineludíveis figura o trágico suicídio do poeta Tomás Cabreira, ocorrido nas escadarias do Liceu de Camões em 1911. As narrativas entrelaçadas nesta obra são, assim, um reflexo poético de acontecimentos reais, testemunhados e interpretados com sensibilidade ímpar por Salvador Santos.
Uma analogia e crítica social perpassam o ato suicida destes personagens.
“Se dos elementos nasce a vida, então eu serei morte.”
Autor: Pedro Matos
Equipa Técnica:
Interpretação: João de Brito
Iluminação: Patrício Faísca
Direção de Arte: Carla Pereira
Operador de Câmara: Patrícia Mendes
Fotografia de Cena: Joel da Palma
Textos e Composição: Salvador Santos